Compositor: Não Disponível
Com o passar do tempo, porém, de que valeriam tais coisas
Sem uma pena com que escrever
Nem uma voz com que falar
Se eu te encontrasse a olhar de volta pra mim
Enquanto a segunda noite desce?
Pois o tempo nos rouba a todos, um dia, não é?
Ele nos tira aquilo que mais queremos manter por perto
E acredite quando eu digo
Que ele não espera por homem ou mulher alguma apressar-se
Tão facilmente, mil anos seriam desperdiçados
A obra é sempre a mesma diante dos olhos de Deus
Não é?
Talvez seja o enredo que eu perdi?
Talvez eu tenha perdido o Caminho?
Neste ponto, não são a mesma coisa?
Acaso não trilho eu o único e verdadeiro Caminho do Peregrino rumo ao Oeste
Para realizar a Obra da única e verdadeira Coisa?
Acaso não vim por esse caminho em busca de algo maior?
Eu o vi se manifestar, eu vi sua dor
Eu fui o desperdício, e eu fui o júbilo
Enquanto seus olhos se desviavam dos céus que os guiariam ao nascimento
Enquanto cultivam sua impureza e zombam do próprio Caminho
No qual o sussurro e o murmúrio
Hão de falar da noite até o dia
Hão de sufocar em seu veneno e proferir a palavra venenosa
Sem jamais manifestar a pureza que buscaram
Ó, que pena
Ó, que tragédia é para essas palavras caírem em ouvidos surdos
Condenadas a jamais alcançar seu destinatário
Ó, que tolo sou eu por ter me empenhado e acreditado
Em coisas humanas tão pequenas
Quando era claro desde o princípio
Que somos almas do Oeste
Rezo para que a noite me leve
Rezo para que a noite me leve rumo ao Oeste
Para confrontar quem somos, para confrontar a sombra de nós mesmos
Rezo para que a noite me leve
Se for preciso morrer mil mortes e mil mais
Como homens sem nome, sem rosto, inquietos
Que todas as noites tocam à porta da morte
Então que esta lanterna permaneça acesa para adornar minha alma
Ela me disse uma vez
É isso que acontece nas montanhas
Onde a luz não alcança
Então eu vou para o Oeste, rumo ao Oeste